Introdução
James Hillman desfaz. Você adentra seus escritos e uma conversa ou uma discussão vai ocorrer, seja com ele, seja consigo mesmo, seja com um bem talhado sistema de crenças. Teorias prediletas serão viradas de cabeça para baixo, ou serão defendidas com unhas e dentes. Leitores passivos, cuidado: esta obra envolve. Embora sua abordagem não seja sistemática - ele não constrói modelos mentais - suas reflexões são focadas e precisas, iluminando acuradamente qualquer que seja o terreno a atravessar - da patologia à política, da natureza à nutrição, da antiguidade ao Armagedon. Ainda assim, sua preocupação é sempre mais vertical que horizontal. Hillman levanta pedras e revela as estranhas criaturas ali embaixo. Ele localiza as fissuras da estreiteza de pensamentos e preenche seus espaços cegos. Desvelando a sabedoria convencional e os entendimentos codificados, ele abre espaço para novas formas de sermos psicológicos. O desfazer sempre se torna uma abertura. O resultado é uma perspectiva diferente, aquela que aprofunda antes de explicar. O objetivo persistente: devolver psique (alma) à psicologia.
Glen Slater
"Introdução" a James Hillman, Senex and Puer, Uniform Edition